A procedência do veículo tornou-se um dos principais critérios de decisão na compra e revenda de carros usados no Brasil. Com o crescimento do mercado de seminovos, que representa cerca de 75% das transações automotivas, segundo dados da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores), a análise técnica e o histórico do automóvel assumiram o papel central na construção da confiança entre consumidores e revendedores.
De acordo com Sérgio Sousa, diretor de tecnologia da Infocar, a valorização dos modelos de segunda mão após o aumento expressivo dos preços dos carros novos transformou o segmento de análise veicular em um elo estratégico de credibilidade.
“O segmento de análise veicular deixou de ser um serviço complementar e passou a ocupar um papel técnico essencial no ecossistema automotivo, oferecendo dados concretos sobre o histórico e a integridade dos veículos”, explica Sousa.
O novo perfil do comprador de usados é mais cauteloso e exigente. Hoje, ele busca transparência total sobre o histórico do carro desde quilometragem real e histórico de manutenção até registros de sinistros, leilões ou pendências judiciais. Esse movimento impulsiona o uso de plataformas especializadas em laudos e certificações de procedência, que ajudam a identificar fraudes, atestar autenticidade e reduzir riscos em negociações.
“O consumidor quer saber de onde vem o carro, como foi cuidado e se tem histórico limpo. As revendas entenderam essa demanda e passaram a investir em relatórios técnicos e certificações de procedência como diferencial competitivo”, destaca o especialista.
Além de proporcionar segurança ao comprador, a procedência também influencia diretamente no potencial de revenda. Em um cenário de valorização dos usados e alta nos preços dos novos, escolher um veículo com histórico comprovado tornou-se uma decisão financeira estratégica, garantindo maior liquidez e estabilidade de valor no futuro.
Sousa ressalta que fatores econômicos como inflação, taxa de juros e comportamento do mercado afetam diretamente o poder de compra e o valor residual dos veículos. “Com a preferência crescente por SUVs e a expansão dos elétricos, entender o contexto econômico e tecnológico é essencial para prever a valorização de um automóvel no médio prazo”, observa.
Em sua análise final, o especialista reforça que a análise de procedência e o histórico técnico são os principais pilares de sustentabilidade e transparência do setor automotivo.
“Vivemos um momento em que informação e confiança determinam o sucesso de uma transação. Quando o consumidor considera o histórico e o potencial de revenda já no momento da compra, ele faz uma escolha mais consciente e inteligente. A análise veicular e a procedência deixaram de ser diferenciais, agora são sinônimos de credibilidade no mercado automotivo brasileiro”, conclui Sousa.






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