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Índice de pesquisa de preços reais da MOBIAUTO aponta distorções nas cotações da tabela FIPE

Adotada como principal parâmetro de precificação de veículos seminovos do mercado brasileiro, a tabela Fipe é fruto de uma pesquisa constante dos analistas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), que efetuam o levantamento de dados no mercado – mas que podem apresentar distorções por fenômenos sazonais, de acordo com uma pesquisa comparativa elaborada pelo Índice de Pesquisa de Preços da Mobiauto. 

Start-up do segmento automotivo que mais cresceu em 2020, a Mobiauto apurou diferenças significativas de dados da “tabela Fipe” que foram causados por circunstâncias atípicas de mercado (fila de espera para a compra do modelo zero km, por exemplo). E que não aparecem ainda na consequente valorização das versões seminovas.  

Ocorre que os recentes aumentos de preços de várias montadoras, somados ao desabastecimento de veículo zero km por falta de componentes, têm impulsionado muito rapidamente as cotações dos usados. E a Fipe, por realizar uma pesquisa em todo o país, e apurar preços de diversos outros bens de consumo – não só automóveis – acaba não conseguindo acompanhar a velocidade de valorização dos veículos seminovos. Curiosamente, a tabela Fipe, até bem pouco tempo atrás, apontava valores mais altos que os praticados no mercado de compra e venda de veículos. 

Quem explica é o especialista automotivo Sant Clair Castro Jr., CEO da Mobiauto. “Vamos pegar dois exemplos de picapes de um mesmo fabricante. O primeiro deles é a Fiat Toro Freedom 1.8 16V Flex AT, que está sendo produzida normalmente e praticamente não possui fila de espera. O preço da Fipe do seminovo 2021 praticamente bate com o nosso. A diferença é de 0,16. Mas aí você pega a Fiat Strada Volcano 1.3 Flex 8V Cabine Dupla: a cotação da Fipe está defasada em 14,15%, pois a apuração de preços leva tempo a perceber os fenômenos esporádicos de mercado, que é a imensa fila de espera dos modelos zero km, que, por sua vez, impacta na cotação das seminovas. Nós, na Mobiauto, pegamos essas variações instantaneamente”, explica.  

O resultado, de acordo com o especialista, é arriscado para o consumidor. Como as seguradoras levam em conta a “tabela Fipe” para indenizações de sinistros, o exemplo mencionado, no caso de um furto, será um pagamento de R$ 84,4 mil ao cliente. Só que essa versão da Strada já é cotada por R$ 96,4 mil.  

Baseando-se em seu banco de dados, a Mobiauto concluiu que a discrepância de cotações entre os preços reais de alguns dos principais modelos do mercado nacional e a tabela Fipe é de 7,73%, quase sempre com defasagem de valores por parte do levantamento “oficial” do mercado. Confira no quadro abaixo – todos os modelos são 2021 e os preços foram pesquisados em junho. 

Diante das possíveis diferenças, que podem onerar o consumidor na hora da venda de um seminovo, por exemplo, fazendo-o entregar o carro por uma cotação mais baixa que a real, o especialista Sant Clair Castro Jr. recomenda atenção por parte do cliente. “Não use uma única fonte de pesquisa para definir o valor que irá vender seu usado. Entre no site da Mobiauto e faça uma apuração do valor que modelos similares estão sendo anunciados”. Tão importante quanto isso é a assinatura do contrato de seguro, lembrando que as indenizações costumam pagar “100% da tabela Fipe”. “Você sempre terá a opção de realizar seu seguro com um percentual acima, ou seja, você faz a opção 110% da tabela Fipe, por exemplo. O seguro sairá um pouquinho mais caro, mas uma eventual perda do bem não lhe trará nenhum prejuízo mais significativo”, sugere Castro Jr. 

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