O setor automobilístico no Brasil sofreu duros impactos durante a pandemia de Covid-19 que assolou o mundo nos últimos dois anos. Atualmente, a comercialização de veículos de segunda mão tem apresentado resultados positivos e compõe a maior parte do faturamento das empresas do ramo. A compra e venda de automóveis seminovos e usados teve alta no ano passado, e a tendência para 2022 é de um cenário igualmente favorável para a comercialização desses bens.
As empresas montadoras de veículos que operam no país têm encontrado bastante dificuldade para recuperar suas operações e produzir produtos novos. O setor sofre com a falta de insumos, o que compromete a produção dos veículos 0 km. No entanto, a demanda do mercado brasileiro por automóveis não diminuiu, o que impulsionou a procura por carros seminovos e usados no ano de 2021.
Além disso, a escassez das matérias-primas também se estende para o novo ano, formando um cenário favorável para o crescimento contínuo da comercialização dos usados. Outro fator que afeta as marcas são novas regulamentações acerca de emissão de gases poluentes, que forçam as empresas a se adaptarem e desenvolverem novas soluções para seus produtos e suas linhas de produção.
De acordo com dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), o ano de 2021 teve um crescimento de 17,8% nas vendas dos carros de segunda mão, em comparação com o ano de 2020. Segundo a instituição, foram comercializados, aproximadamente, 15,1 milhões de veículos usados ao longo do ano.
Outras entidades relacionadas ao segmento também realizaram seus próprios estudos. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) apresentou em seu levantamento que foram vendidos, aproximadamente, 11,2 milhões de carros das categorias de passeio e comerciais leves em 2021, enquanto os emplacamentos de veículos novos ficaram próximos de apenas dois milhões de unidades.
Os consumidores brasileiros têm optado pelos veículos usados por conta de diversos fatores – entre eles, a demora na produção e alta dos preços. A falta de matéria-prima do setor automobilístico tem atrasado as linhas de produção, fazendo com que concessionárias tenham filas de espera de meses para a entrega dos automóveis finalizados aos compradores, fazendo com que muitos prefiram a aquisição dos veículos usados por ser um negócio de acordo imediato. Além disso, os produtos novos são afetados pela taxa de câmbio do dólar, o que encarece os bens.
Os carros usados mais populares entre os compradores são velhos conhecidos de todos os brasileiros. A lista apresentada pela Fenauto é encabeçada pelo Volkswagen Gol, com cerca de 855 mil unidades comercializadas, sendo seguido pelos carros Fiat Uno, com 496 mil, e Fiat Palio, com 488 mil unidades. O top 5 do ranking é fechado pela Fiat Strada, com, aproximadamente, 325 mil unidades, e pelo Ford Fiesta, com 321 mil.
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